Biden volta a defender restrições a armas após novos tiroteios nos EUA
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voltou a defender hoje a sua proposta que proíbe a venda de armas de assalto aos cidadãos, debate reativado após os recentes tiroteios nos estados da Virgínia e Colorado.
“Aideia de que ainda permitimos a compra de armas semiautomáticas é doentia”, denunciou Biden durante uma visita a Nantucket, no Estado de Massachusetts, citado pela estação ABC.
O chefe de Estado norte-americano destacou que a proibição da venda deste tipo de armas não tem “nenhuma razão lógica” contra, defendendo que se ainda não foi aplicada é devido “aos lucros dos fabricantes de armas”.
Embora Biden esteja convencido da necessidade de interromper estas vendas de armas de assalto, a realidade política é bem diferente, principalmente depois dos republicanos terem assumido o controlo da Câmara dos Representantes desde as recentes eleições intercalares.
Assim, torna-se mais improvável que o Congresso dos Estados Unidos dê ‘luz verde’ à reforma proposta por Biden.
“Vou tentar. Vou tentar acabar com as armas de assalto”, insistiu o democrata.
A administração liderada por Joe Biden tem pressionado por “medidas históricas” para conter os tiroteios, incluindo a primeira lei de controlo de armas em quase 30 anos.
Os estados de Virgínia e Colorado foram recentemente palco de novos tiroteios que resultaram na morte de cerca de uma dezena de pessoas e que mais uma vez intensificaram o debate sobre as armas.
Os Estados Unidos são um cenário regular de assassínios em massa e outros tipos de violência armada. De acordo com o portal Gun Violence Archive, mais de 600 tiroteios em massa [com pelo menos quatro pessoas mortas ou feridas] ocorreram desde o início do ano.
Uma sondagem divulgada esta semana refere que o apoio nos Estados Unidos a leis mais rígidas sobre armas de fogo caiu de 66 por cento em junho passado para 57% em outubro.
O apoio público a uma promulgação de mais leis que restrinjam a posse e o porte de armas de fogo havia aumentado na primavera após os tiroteios numa escola de Uvalde, no Texas, e num supermercado em Buffalo, Nova Iorque, de acordo com a sondagem.
O direito dos cidadãos de possuir armas está reconhecido na Segunda Emenda da Constituição norte-americana, mas cada um dos 50 estados tem leis que regulam a posse e o porte de armas de fogo de maneiras diferentes.
A Gallup indicou que o sentimento público sobre essas leis permanece acima do apoio de 52% registado em outubro do ano passado e está alinhado com os resultados de 2020.
Segundo o ‘Small Arms Survey’, um projeto do Instituto de Estudos Internacionais de Genebra, na Suíça, existem mais de 393 milhões de armas de fogo nas mãos de civis no país.