Fósseis chineses revelam recuperação de fauna marinha após extinção
Um depósito sedimentar fóssil recentemente descoberto no sudoeste da China revelou a rápida recuperação de espécies da fauna marinha que sobrevivem até hoje após um evento de extinção em massa ocorrido há 250 milhões de anos.
Segundo reportou hoje a agência noticiosa oficial Xinhua, a descoberta, publicada na revista Science, adianta que os grupos de diferentes fósseis se encontram num estado de conservação “excecional”.
O maior depósito sedimentar deste tipo descoberto até à data foi encontrado em Guiyang, na província de Guizhou.
Os espécimes, que incluem vários tipos de peixes e lagostas, “demonstram o rápido surgimento de um ecossistema marinho resiliente de tipo moderno”, segundo o estudo.
O evento de extinção registado há 252 milhões de anos é considerado o pior evento do planeta, uma vez que levou ao desaparecimento de 80% das espécies marinhas e afetou especialmente os organismos estáticos.
Até agora, devido à falta de fósseis bem preservados para explicá-lo, não se sabia exatamente como surgiu um novo ecossistema com uma nova estrutura completa, que incluía predadores e presas, indica a publicação.
A imagem mudou em 2015, quando um grupo de paleontólogos da Universidade de Geociências de Wuhan encontrou um raro fragmento fóssil de lagosta que levou a um projeto de escavação que durou oito anos, descobrindo pelo menos doze tipos e 19 ordens de espécimes, “um complexo ecossistema marinho que inclui diversos peixes e crustáceos”.
As técnicas de alta precisão utilizadas para datar os fósseis permitiram determinar que, apesar da hostilidade do meio marinho, este ecossistema surgiu “apenas cerca de um milhão de anos após o evento de extinção”, muito antes do que se pensava.
Embora os espécimes ainda necessitem de ser catalogados e analisados, os fósseis mostram que, no período após a extinção em massa, “não ocorreu um padrão de recuperação lento e gradual”, disse o líder do projeto, Song Haijun.
Acredita-se que o período após o evento de extinção tenha conduzido a um planeta mais quente, onde a vida tropical proliferou.
No entanto, o novo estudo argumenta que pode ter havido períodos de arrefecimento nos trópicos depois do desenvolvimento de um novo clima.
“No futuro, os fósseis de Guiyang trarão novas surpresas que nos darão pistas sobre as origens do ecossistema marinho moderno”, concluiu Song.