Presidente egípcio defende que povo de Gaza fique “nas suas terras”
O Presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi defendeu hoje que os habitantes da Faixa de Gaza devem “permanecer nas suas terras”, apesar dos apelos crescentes para que o Egito permita a passagem segura de civis que fogem desta zona.
Este enclave palestiniano sofreu uma série de ataques aéreos israelitas desde que o Hamas, o movimento islamita no poder classificado como terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia, lançou um ataque mortal em Israel no sábado, matando mais de 1.200 pessoas, a maioria civis.
Na Faixa de Gaza, as autoridades locais registaram mais de 1.400 mortes na sequência de ataques retaliatórios israelitas.
O Cairo, mediador tradicional no conflito israelo-palestiniano, supervisiona a passagem de Rafah, o único ponto de saída da Faixa de Gaza que não é controlado por Israel.
O Egito está empenhado em garantir a entrega de “ajuda, tanto médica como humanitária, durante este período difícil”, destacou Al-Sisi, reiterando a “postura firme” do seu país na garantia dos “direitos legítimos” dos palestinianos.
Mas, durante uma cerimónia militar, sublinhou que os habitantes de Gaza devem ser “inabaláveis e permanecer nas suas terras”.
A Faixa de Gaza, um território pobre onde vivem 2,4 milhões de palestinianos, está sob bloqueio israelita desde que o Hamas tomou o poder no país em 2007.
Desde o ataque do movimento islamita em 07 de outubro, o fornecimento de água, eletricidade e alimentos foi cortado por Israel.
O Egito apelou aos doadores para que enviem ajuda humanitária destinada a Gaza para o aeroporto de Al-Arich, a 50 quilómetros da passagem fronteiriça de Rafah, mas opõe-se à ideia de deixar entrar no seu território palestinianos em fuga.
Nos últimos dias, os meios de comunicação egípcios, citando altos responsáveis de segurança, alertaram para um êxodo em massa de palestinianos, forçados a “escolher entre a morte sob o bombardeamento israelita ou a deslocação das suas terras”.
O Egito defende uma solução diplomática e apela à contenção de ambos os lados.
Al-Sisi sublinhou ainda que a segurança nacional do seu país é a sua “responsabilidade primária”.
O Egito já está a receber “nove milhões de convidados, como eu os chamo, de muitos países que procuram segurança e proteção”, frisou.
O caso dos habitantes de Gaza é, no entanto, diferente, porque a sua deslocação significaria “a eliminação da causa palestiniana”, acrescentou.
Em 1979, o Egito tornou-se o primeiro país árabe a normalizar as relações com Israel.