Cibercrime. EUA dão milhões por informações sobre líderes de grupo russo
Os Estados Unidos estão a oferecer uma recompensa de 13,8 milhões de euros por informações que levem à detenção dos líderes do grupo de cibercrime LockBit, ligado à Rússia, divulgou hoje o Departamento de Estado norte-americano.
Este anúncio, de uma recompensa de até 15 milhões de dólares (13,8 milhões de euros, à taxa de câmbio atual), surge depois de ter sido divulgado esta terça-feira que um total de dez países, incluindo os Estados Unidos, realizaram uma operação internacional contra uma rede que utilizava o programa malicioso LockBit.
A operação divulgada esta terça-feira foi conduzida pelo FBI e pela Agência Nacional de Crime do Reino Unido (NCA), e teve a cooperação da Europol, permitindo a detenção de dois elementos na Polónia e outros dois que operavam nos Estados Unidos.
Na operação, considerada uma das mais relevantes contra o cibercrime, foram apreendidas cerca de 200 contas de criptomoedas.
As agências europeias e norte-americanas disseram que também apreenderam servidores que o grupo usava para organizar e transferir dados das vítimas e obtiveram acesso a quase 1.000 ferramentas de pirataria informática.
Segundo o Departamento de Estado, desde janeiro de 2020, os utilizadores do LockBit realizaram mais de 2.000 ataques em todo o mundo contra instituições como hospitais ou autarquias e contra empresas de todos os tamanhos.
Estima-se que foram feitos mais de 144 milhões de dólares (133 milhões de euros) em pagamentos de resgate, para superar estes ataques informáticos.
Os Estados Unidos também anunciaram sanções contra duas pessoas envolvidas com o grupo russo LockBit, como no ataque de ransomware de novembro de 2023 contra o corretor de valores norte-americano Banco Industrial e Comercial da China (ICBC).
“A Rússia continua a fornecer um refúgio seguro para os cibercriminosos, onde grupos como o LockBit são livres para lançar ataques de ransomware contra os Estados Unidos, os seus aliados e parceiros. Esses ataques de ransomware têm como alvo infraestruturas críticas, incluindo hospitais, escolas e instituições financeiras”, frisou o Departamento do Tesouro norte-americano.
Os russos Ivan Gennadievich Kondratiev e Artur Sungatov foram os alvo das sanções, por participarem ativamente em ataques com este programa de ‘malware’.
O LockBit – que opera desde 2019, com base na Rússia – tem sido o grupo de ‘ransomware’ mais prolífico nos últimos dois anos, tendo sido responsável por 23% dos quase 4.000 ataques globais no ano passado.