Zelensky apela a aliados que não deixem cair apoio

Líder de Kiev foi à 25.ª reunião em Ramstein pedir que ajuda a longo prazo se mantenha, antecipando mudanças drásticas com regresso de Trump à Casa Branca.

O presidente ucraniano exortou hoje, na abertura da 25.ª reunião do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, na base militar de Ramstein, na Alemanha, ´os aliados ocidentais a não deixarem “cair a bola” e continuarem a prestar apoio de longo prazo a Kiev, reconhecendo que a chegada de Donald Trump à Casa Branca, a 20 de janeiro, poderá introduzir mudanças drásticas.

“É claro que um novo capítulo começa para a Europa e para o Mundo inteiro em apenas 11 dias”, salientou Volodymyr Zelensky. “Temos de cooperar ainda mais, confiar ainda mais uns nos outros e alcançar maiores resultados em conjunto”, acrescentou, sentado ao lado do secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e do ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius.

Perante os aliados, o líder de Kiev defendeu que cortar no apoio militar “só vai convidar a mais agressão, caos e guerra”. “Percorremos um caminho tão longo que seria honestamente uma loucura deixar cair a bola agora e não continuar a construir as coligações de defesa que criámos”, salientou, acrescentando: “Não importa o que esteja a acontecer no Mundo, todos querem ter a certeza de que o seu país não será simplesmente apagado do mapa”.

Mais 500 milhões em armamento

Já Lloyd Austin, referiu-se a Zelensky como um “líder que fez história” e anunciou um pacote de assistência de Washington de 500 milhões de dólares, que inclui mísseis de defesa aérea, munições e equipamentos para apoiar a pequena frota de caças F-16 da Ucrânia.

Austin aludiu à ameaça que ainda representa Moscovo, numa altura em que as suas tropas avançam no leste da Ucrânia. “Os riscos são ainda enormes – para toda a nossa segurança. Se Putin engolir a Ucrânia, o seu apetite só aumentará”, referiu, considerando que tal levaria a mais “apropriações de terras”.

Trump, que prometeu acabar com a guerra em “24 horas”, nomeou um enviado especial para a Ucrânia, Keith Kellogg, que adiou esta semana uma visita a Kiev para depois da tomada de posse do presidente eleito.