AD garante ser leal à NATO, Livre defende solução europeia

As divergências sobre o investimento em defesa e a relação com a NATO são profundas. Nuno Melo mostrou-se confiante sobre a despesa proposta pela Aliança Democrática (AD) para que Portugal possa cumprir os seus compromissos na NATO junto do seu “velho” aliado, os Estados Unidos, independentemente da Administração de Donald Trump.

Já Isabel Mendes Lopes esclareceu a posição do Livre sobre a aliança militar, afirmando que o partido não defende a saída do país da organização, mas, sim, uma comunidade europeia de Defesa que, a nível nacional, exige reforçar as forças armadas.

No debate desta sexta-feira na TVI, a presidente do grupo parlamentar do Livre substituiu Rui Tavares, em resposta à decisão da AD de ser representada pelo líder do CDS-PP, em vez de Luís Montenegro, nos frente-a-frente com este partido, o Bloco de Esquerda e o PAN. Uma escolha que Isabel Mendes Lopes voltou a criticar, acusando o líder social-democrata de ter “fugido ao debate”.

O ainda ministro da Defesa justificou a medida de alocar 2% do PIB ao setor até ao final da legislatura como uma “obrigação” num mundo “em risco real de guerra”. “Portugal no contexto da NATO tem que estar à altura dos seus compromissos. Isso não é despesa, é investimento”, sublinhou. Acusando o Livre de “irresponsabilidade” pela sua posição.

O que levou a líder parlamentar do partido a clarificar que o Livre não se opõe à NATO, mas tem alertado que futuro da organização é incerto devido às posições de Trump. “O Livre vive em Marte”, ironizou Nuno Melo.

Cumprir aumento de fogos do PRR

A crise da habitação esteve também no centro das trocas mais acesas entre os candidatos. Isabel Mendes Lopes confrontou o adversário sobre a não regulamentação do Fundo de Emergência para a Habitação, aprovado ainda em 2024. Ao que Nuno Melo ripostou com uma concretização que estaria para breve, mas que a Oposição, incluindo o Livre, impossibilitou ao derrubar o Governo com o chumbo da moção de confiança no Parlamento.

Nuno Melo garantiu ainda que a meta dos 26 mil fogos previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), até 2026, será cumprida. E reiterou ainda a manutenção de medidas como a garantia pública de 15% para jovens até 35 anos na compra de habitação, mesmo perante críticas de que essa política pode estar a contribuir para o aumento dos preços.

Os candidatos trocaram ainda acusações sobre responsabilidade política pela queda do Governo. Isabel Mendes Lopes voltou a atribuir a crise a Montenegro e Nuno Melo à  Oposição por impedir a continuidade de um Executivo que “estava a resolver problemas”.