Afinal, os robôs da Tesla não são autónomos. Humanos controlaram as máquinas em evento

Elon Musk, o fundador e presidente da executivo, usou o evento We Robot, na última quinta-feira, para demonstrar as capacidades das últimas versões dos Optimus, robôs independentes com forma humana e capazes de realizar várias tarefas, como conversar com humanos, apenas com a força da inteligência artificial. “Os robôs Optimus vão andar entre vós. Por favor, sejam simpáticos com os robôs Optimus. Podem ir ter com eles e eles vão servir-vos bebidas no bar”, informou o bilionário aos convidados a participar no evento realizado no estúdio da Warner Bros.

A questão é que, ainda que não de forma explícita, foi dado a entender que os Optimus eram completamente autónomos e que os truques demonstrados na festa, como jogar às charadas com os convidados, responder a perguntas, dançar e servir bebidas nos bares, eram resultado do desenvolvimento tecnológicos das máquinas. A máscara começou a cair ainda durante o evento, quando um dos convidados questionou o robô que lhe servia uma cerveja sobre a sua autonomia, revela a Business Insider. A máquina terá dito que era “assistida por um humano” e “ainda não totalmente autónoma”.

Um outro convidado da festa, perguntou quanta da sua ação era controlada por inteligência artificial, obtendo uma resposta que não é clara, mas volta a dar uma pista: “não posso revelar quanta. É algo que terá de descobrir depois. Poderá ser alguma, mas não vou confirmar”, afirmou o robô, num momento que ficou registado em vídeo e que foi divulgado na rede social X, de Elon Musk.

Segundo a Bloomberg, funcionários da Tesla operavam as máquinas à distância, sendo que apenas o caminhar seria completamente autónomo com base em inteligência artificial, algo que, sublinha a agência, não foi revelado durante a intervenção do responsável pela empresa. Musk sublinhou apenas que este será “o maior produto de sempre de qualquer tipo” e apontou um preço de mercado que poderá chegar a 28 mil euros.

Segundo um analista da Morgan Stanley, os robôs não estavam a agir de forma independente, pelo que não encontrou “nada de novo sobre os Optimus que mostre claramente um progressos significativo”.

No evento da última semana, perto de Los Angeles, nos EUA, foi a primeira vez que pessoas externas à Tesla tiveram oportunidade de interagir com as máquinas, ainda que, inicialmente, não estivesse previsto que os Optimus tivessem esta função. Segundo revelou uma fonte à Bloomberg, Musk terá exigido a presença dos robôs três semanas antes do evento, mas o software não estava pronto, pelo que foi necessário recorrer a pessoas para os controlarem.

A Tesla acredita que, no futuro, os Optimus poderão ser professores, amas ou até passear cães e cortar a relva. No mesmo evento, foram apresentadas outras inovações da empresa, incluindo táxis autónomos.