Amnistia Internacional pede à China contenção perante os protestos
A Amnistia Internacional pediu, este domingo, às autoridades da China para que se contenham perante os protestos contra as restritivas medidas de prevenção da Covid-19.
“Em vez de penalizar o povo, o governo deveria ouvir os seus apelos. As autoridades devem permitir que as pessoas expressem os seus pensamentos livremente e protestem pacificamente sem medo de represálias”, afirmou a subdiretora regional da organização de defesa dos direitos humanos, Hana Young.
Cerca de mil pessoas protestaram, este domingo, junto à zona das embaixadas em Pequim, contra as restritivas medidas de prevenção da Covid-19 vigentes na China, enquanto alguns manifestantes criticaram diretamente a governação do Partido Comunista Chinês.
Os protestos começaram com uma vigília com velas e flores, organizada em memória das vítimas de um incêndio na cidade de Urumqi, que causou dez mortos. A Amnistia pediu ao Governo chinês uma investigação “rápida, efetiva e exaustiva” ao sucedido.
Imagens difundidas nas redes sociais do incêndio em Urumqi mostram que o camião dos bombeiros não conseguiu entrar inicialmente no bairro, já que o portão de acesso estava trancado, e que os moradores também não conseguiram escapar do prédio, cuja porta estava bloqueada, em resultado das medidas de prevenção epidémica.
Ao abrigo da política de ‘zero casos’ de Covid-19, a China impõe o bloqueio de bairros ou cidades inteiras, a realização constante de testes em massa e o isolamento de todos os casos positivos e respetivos contactos diretos em instalações próprias, muitas vezes em condições degradantes.
Apesar das medidas, o número de contágios tem aumentado.
Os protestos em Pequim aconteceram após manifestações semelhantes em várias cidades do país, incluindo Xangai, Nanjing e Urumqi.
Segundo a Amnistia Internacional, dezenas de pessoas foram detidas nos protestos noturnos de sábado e uma mulher foi detida em Urumqi por “difundir rumores”.