“Ao excluir a Argentina do BRICS, Milei está a agir contra os argentinos”
As palavras são do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que considera a decisão “uma das coisas mais desajeitadas e estúpidas que Milei fez contra a Argentina”.
Opresidente venezuelano, Nicolás Maduro, criticou a decisão do seu homólogo argentino, Javier Milei, de recusar a adesão do país ao BRICS, o bloco de países de economias emergentes.
“Ao excluir a Argentina do BRICS, ele [Javier Milei] está a agir contra os argentinos. Esta é uma das coisas mais desajeitadas e estúpidas que Milei fez contra a Argentina”, afirmou Maduro, numa entrevista ao jornal Le Monde Diplomatique, na segunda-feira.
Segundo Maduro, a decisão de Milei “trará a Argentina de volta ao século XIX”. O presidente Maduro também expressou o seu desejo de que a Venezuela seja admitida na cimeira do bloco deste ano.
Anteriormente, Nicolás Maduro já tinha criticado duramente o programa político neoliberal e os planos do recém-eleito presidente da Argentina. “As eleições presidenciais na Argentina foram ganhas pelo neofascismo de extrema direita – a extrema direita com um projeto colonial para a Argentina, que pretende liderar o projeto neocolonial em toda a América Latina e no Caribe”, tinha afirmado Maduro, na Venezolana de Televisión, a 21 de novembro.
Recorde-se que a Argentina anunciou formalmente, na sexta-feira passada, que não integrará o BRICS, bloco de países de economias emergentes, sendo esta a mais recente mudança dramática na política externa e económica do novo presidente argentino, de extrema-direita, Javier Milei.
Em carta dirigida aos cinco membros do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – Milei disse que o momento não é “oportuno” para a Argentina aderir como membro pleno.
A carta tem data de 22 de dezembro, mas foi divulgada pelo governo argentino no último dia útil de 2023.
A Argentina estava entre os seis países convidados em agosto para aderir ao bloco formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para formar um bloco de 11 nações. A Argentina deveria aderir em 1 de janeiro de 2024.