Ártico aqueceu quatro vezes mais rápido do que o esperado
A informação é de um novo estudo publicado na revista Communications Earth & Environment.
Oestudo confirma o que vários investigadores têm vindo a alertar nos últimos anos: o Ártico está a aquecer muito mais rápido do que o resto do planeta.
Mais especificamente, quatro vezes mais rápido. Embora os especialistas há muito concordem que o Ártico está a aquecer a um ritmo acelerado, as estimativas não estavam tão elevadas.
No novo estudo, iniciado após uma série de intensas ondas de calor no Ártico em 2020, Mika Rantanen, – cientista climático do Instituto de Meteorologia finlandês e investigar principal do estudo – e os colegas analisaram o aquecimento no Ártico a partir de dados de temperatura observados recolhidos entre 1979 e 2021 em todo o extremo norte do mundo.
A temperatura média anual na região do Mar de Barents subiu até 2,7 graus Celsius a cada década nos últimos 20 a 40 anos, tornando este mar e as suas ilhas a zona de aquecimento mais rápido do planeta.
Esta alteração do clima desencadeou um rápido degelo na região do Ártico, o que, consequentemente, amplificou o aquecimento global.
Os modelos climáticos estão desatualizados?
Os investigadores identificaram que os modelos climáticos que os investigadores utilizam para fazer projeções sobre o clima no futuro podem estar desatualizados, não estado a capturar esta alta taxa de aquecimento.
O investigador Mika Rantanen, principal autor do estudo, referiu à CNN que este pormenor é preocupante, uma vez que significa que os cientistas não podem confiar nas previsões do clima a longo prazo.
John Walsh, investigador-chefe do Centro Internacional de Investigação do Ártico da Universidade do Alasca Fairbanks, disse que o período do estudo realça o fenómeno de amplificação do Ártico, que tem sido mais significativo nas últimas décadas, do que no início e meados dos anos 90.
“A amplificação do Ártico é inconfundível”, frisou Walsh à estação.