Bahrein diz que oficial e soldado foram mortos em ataque de rebeldes
O Bahrein alegou hoje que um oficial e um soldado do seu Exército morreram num ataque com drone dos rebeldes huthis na fronteira entre o Iémen e a Arábia Saudita, numa declaração do comando militar.
Opaís do Golfo Pérsico adiantou também que outros soldados ficaram feridos nesse ataque, através da Agência de Notícias do Bahrein.
“Este ataque terrorista foi realizado pelos huthis, que enviaram equipamento aéreo para a fronteira sul do reino da Arábia Saudita, visando a posição dos militares do Bahrein, apesar da suspensão das operações militares entre as partes em conflito no Iémen”, afirmou o comando militar.
A alegação do Bahrain, aliado da Arábia Saudita e do Governo iemenita internacionalmente reconhecido, surge depois de o Governo saudita ter recebido neste mês uma delegação huthi pela primeira vez desde que começou a guerra no Iémen, em setembro de 2014.
O ministro da Defesa da Arábia Saudita, Khaled bin Salman, afirmou, em 20 de setembro, existir um “compromisso de promover o diálogo entre todas as partes para se obter uma solução política global sob a supervisão da ONU” e pediu às partes em conflito no Iémen para se unirem em torno de um projeto de “desenvolvimento sustentável, estabilidade política e segurança duradoura”, através da rede social X (antigo Twitter).
A Arábia Saudita não se pronunciou até agora sobre a alegação do Bahrein, assim como os rebeldes huthi, que controlam o norte do Iémen, inclusive a capital, Sanaa, enquanto o Governo internacionalmente reconhecido, instalado em Áden, cidade portuária no sul do país, já condenou esse ataque e enviou condolências ao Bahrein.
A guerra do Iémen começou em 2014, quando os huthis invadiram o norte do país e tomaram a capital, Sanaa, e a Arábia Saudita interveio no conflito a partir de 2015, enquanto líder de uma coligação militar para apoiar o Governo iemenita reconhecido.
A violência esmoreceu desde 02 de abril de 2022, dia em que entrou em vigor um cessar-fogo mediado pela ONU, num país que, segundo essa organização internacional, é ‘palco’ da pior catástrofe humanitária no planeta, com mais de 23 milhões de pessoas a precisarem de ajuda humanitária.
No início deste ano, a Arábia Saudita e o Irão, aliado xiita dos huthis, restabeleceram relações diplomáticas no início deste ano, num acordo mediado pela China.
O líder do Conselho de Transição do Sul do Iémen, Aidarous al-Zubaidi, disse que prioriza a criação de um país separado nas negociações com os seus rivais, os rebeldes huthis, na sexta-feira, à margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.