Cidades têm de se habituar a viver sem o corpo estranho que é o carro, diz Costa
O primeiro-ministro defendeu esta sexta-feira que as cidades têm de se habituar num curto espaço de tempo a viver sem automóvel, defendendo que não basta a intervenção nas ligações interurbanas, sendo necessário olhar para os sistemas urbanos e periurbanos.
“As cidades levaram desde o pós-guerra 50 anos a adaptarem-se para acomodar o corpo estranho que era o automóvel. Agora, temos muito menos tempo para nos habituarmos a viver sem esse corpo estranho que foi o automóvel“, afirmou António Costa, que falava em Coimbra, na cerimónia de consignação da empreitada de construção da Linha do Hospital do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), que decorreu no edifício da Câmara Municipal.
Para assegurar a sobrevivência da humanidade, “o melhor a fazer é estacionar o automóvel”, vincou, defendendo que o país se concentre em “encontrar um novo sistema de mobilidade”.
Durante a sua intervenção, o primeiro-ministro realçou que a consignação hoje celebrada representa uma “das últimas paragens” para que o SMM, projeto longo e com vários recuos que vai ligar Serpins (Lousã) a Coimbra, possa estar “completamente concluído e em pleno funcionamento” em 2024.
“Já faltou muito mais, mas ainda não chegámos lá. E é muito importante chegarmos lá. Não é só as ligações interurbanas que se têm de resolver. Não é só a Ferrovia2020 que se tem de fazer. É a necessidade também de nos sistemas periurbanos, dentro das cidades, resolver-se o problema da mobilidade“, vincou António Costa.