Dinamarca participa pela primeira vez numa missão militar da UE
O governo dinamarquês anunciou hoje o envio de dois helicópteros para a Bósnia-Herzegovina no âmbito de uma missão militar da União Europeia (UE), a primeira em que participa após abolir uma exceção na política de Defesa de 1993.
Tratam-se de dois helicópteros médicos que vão estar no país dos Balcãs até ao final do ano, respondendo a um pedido urgente do comando operacional da Operação Althea.
“As tendências separatistas em zonas da Bósnia-Herzegovina continuam a criar uma situação tensa. É do claro interesse da Dinamarca que não aumentem”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeppe Kofod, em comunicado.
Kofod enfatizou que o país está a estudar de forma contínua a possibilidade de “mais contribuições militares” para a UE, para que a Dinamarca possa assumir “mais responsabilidades” dentro das suas “obrigações internacionais”.
A Dinamarca aprovou num referendo histórico em 01 de junho, com quase 67% dos votos a favor, uma cooperação de Defesa mais estreita com a UE, naquela que é primeira vez que elimina uma das quatro exceções que tem na política comunitária desde 1993.
Este país nórdico foi o único, numa UE ainda de 12 Estados-membros, a não aprovar o tratado de Maastricht em 1992, e, perante a ameaça de bloqueio, acabou por apoiá-lo numa nova consulta um ano depois com um modelo à medida que incluía exceções na união monetária e económica, Defesa, cooperação policial e jurídica e cidadania.
Os dinamarqueses haviam rejeitado em dois referendos, em 2000 e 2015, a adesão ao euro e a retirada da exceção legal, respetivamente.
A consulta de junho foi convocada pela primeira-ministra social-democrata, Mette Frederiksen, após a intervenção militar russa na Ucrânia em fevereiro e resultou de um acordo com a maioria das forças políticas do arco parlamentar.