É preciso mais financiamento para a investigação e inovação, alerta comissária europeia

A comissária europeia da Inovação, IIiana Ivanova, alertou que é preciso mais financiamento para fomentar a investigação e a inovação na União Europeia (UE). Segundo a responsável, nos últimos 20 anos, a Europa tem atravessado um “défice anual de financiamento de cerca de 100 mil milhões de euros” para chegar ao objetivo de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país ser investidos nestas áreas. A média da UE é de 2,24%, por isso, “é definitivamente menos”, apontou a responsável. O cenário é o oposto nos Estados Unidos da América e na China.

Ivanova falava aos jornalistas em jeito de balanço do último ano em Bruxelas, numa sessão à margem da Web Summit, depois de ter atribuído os galardões da edição deste ano dos Prémios Capital Europeia da Inovação. Em breve, a comissária búlgara passará a pasta a Ekaterina Zaharieva, futura comissária na nova equipa de Ursula Von der Leyen para os próximos cinco anos.

Mesmo o Horizonte Europa, um dos maiores programas de financiamento público em curso, “não é suficiente”, salientou. “Temos uma lacuna de 100 mil milhões de euros, enquanto temos 93 mil milhões para um período de sete anos. Basta fazer as contas [para perceber a falta de financiamento]”.

Essenciais ao crescimento económico

Em 2050, cerca de 85% dos europeus vivam nas grandes cidades. Perante a estimativa, a comissária reforçou a necessidade de procurar soluções inovadoras que respondam à maior pressão sobre os grandes centros urbanos. Foi, aliás, com esta mensagem que Inovana abriu a cerimónia de entrega de prémios no palco global da cimeira tecnológica.

Além disso,  a investigação e a inovação “é um dos principais motores do crescimento económico”, salientou Ivanova. “É aqui que se pode aumentar a produtividade e a eficiência, porque, obviamente, os orçamentos serão cada vez mais apertados, teremos cada vez menos dinheiro, pelo que temos de aprender a trabalhar de forma mais eficiente”, considerou.

Para a comissária em fim de mandato, a solução passa por “atrair mais financiamento, especialmente no privado”, mas para isso é preciso criar condições para o mercado de capitais europeu seja atraente para os investidores, sublinhou. Nessa linha, Ivanova lembrou que, embora seja “uma gota de água no oceano”, a Comissão Europeia tem alimentado, sob a sua coordenação, parte de uma rede de investidores que “por cada euro aplicado atrai quatro euros adicionais de fundos privados”. Mas é preciso “multiplicar” esses valores. Podem ser também exploradas outras alternativas, sugeriu, como financiamentos regionais e dos estados-membros.

Além de se procurar mais verbas, em especial do setor privado, a comissária partilhou ser também necessário manter um diálogo com a China, “rival” da UE no panorama tecnológico, com o qual já se coopera em questões de sustentabilidade, nomeadamente devido à ameaça das Alterações Climáticas.

Questionada sobre como é que a Europa pode competir com os Estados Unidos e a China em termos de inteligência artificial (IA), a comissária defendeu ser “muito importante” todos continuarem envolvidos nos “esforços globais” para se obter benefícios desta ferramenta “Acho que todos concordam que, certamente, [a IA] vai melhorar a produtividade, o crescimento e todos os benefícios que isso vai trazer para as pessoas, mas também ser muito sensível aos aspetos éticos. E a União Europeia é líder nisso”, resumiu.

Além de se procurar mais verbas, em especial do setor privado, a comissária partilhou ser também necessário manter um diálogo com a China, “rival” da UE no panorama tecnológico, com o qual já se coopera em questões de sustentabilidade, nomeadamente devido à ameaça das Alterações Climáticas.

Questionada sobre como é que a Europa pode competir com os EUA e a China em termos de inteligência artificial (IA), a comissária defendeu ser “muito importante” todos continuarem envolvidos nos “esforços globais” para se obter benefícios desta ferramenta. “Acho que todos concordam que, certamente, [a IA] vai melhorar a produtividade, o crescimento e todos os benefícios que isso vai trazer para as pessoas, mas também ser muito sensível aos aspetos éticos. E a União Europeia é líder nisso”, resumiu.