Estónia acusa Moscovo de ciberataques contra o Ocidente desde 2020

Três ministérios da Estónia foram alvo de grandes ataques informáticos em 2020.

“A Estónia atribuiu estes ataques a membros da Unidade 29155 do Serviço de Inteligência Militar Russo (GRU)”, afirmou o ministério estónio dos Negócios Estrangeiros num comunicado.

“Uma investigação nacional e internacional conduzida em dez países demonstrou que o objetivo da Rússia era danificar os sistemas informáticos nacionais, obter informações sensíveis e atingir o nosso sentimento de segurança”, afirmou o chefe da diplomacia da Estónia, Margus Tsahkna, citado no comunicado.

O Ministério Público da Estónia afirmou que a unidade GRU “adquiriu capacidades cibernéticas e lançou ataques cibernéticos contra a Ucrânia, bem como contra os estados membros da NATO e da UE, incluindo a Estónia, desde 2020”.

O GRU foi identificado durante a operação conjunta Toy Soldier realizada em cooperação com 14 serviços de dez estados, acrescentou o Ministério Público estónio.

A investigação também identificou três oficiais da unidade 29155, designadamente Yuri Denisov, Nikolai Korchagin e Vitali Schevchenko, que, segundo o Ministério Público, se encontram na Rússia e contra os quais foi emitido um mandado de captura internacional por um tribunal da Estónia.

“A unidade militar 29155 do GRU é responsável por uma tentativa de golpe de Estado, por operações de sabotagem e de desvio, assim como por tentativas de assassinato na Europa”, afirmou a mesma fonte, sublinhando que o objetivo de Moscovo é “demolir e remodelar a arquitetura de segurança europeia e a ordem mundial”.