EUA dizem que operação da Turquia na Síria compromete luta contra EI
Uma operação terrestre da Turquia na Síria arriscaria “comprometer” as conquistas da guerra contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI) no país, estimou hoje o porta-voz do Pentágono, apelando à contenção de Ancara.
ATurquia lançou a 20 de novembro uma série de ataques aéreos no nordeste da Síria contra as posições de combatentes curdos membros de grupos classificados como “terroristas” por Ancara, tendo o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reiterado na passada semana a intenção de ordenar “na altura certa”, uma ofensiva terrestre.
“A continuação dos confrontos, e mais precisamente uma ofensiva terrestre, comprometeria gravemente os ganhos duramente obtidos na luta contra o EI e desestabilizaria a região”, declarou o general norte-americano Pat Ryder.
A possibilidade de uma operação terrestre “continua a inquietar-nos (…) e apelamos à contenção”, acrescentou o porta-voz do ministério norte-americano da Defesa, ainda que reconhecendo a legitimidade das exigências de segurança de Ancara.
As Forças Democráticas Sírias (FDS, dominadas pelos curdos), que controlam o nordeste da Síria, desempenharam um papel decisivo nos combates da coligação internacional antijihadista que retirou os combatentes do EI da região.
A Turquia lançou os seus ataques depois de um atentado que fez seis mortes e dezenas de feridos em Istambul a 13 de novembro, tendo acusado os curdos da sua autoria, que desmentiram.
O general Ryder precisou que os soldados americanos ainda deslocados no nordeste da Síria reduziram as suas patrulhas comuns com os seus aliados das FDS.
“Reduzimos as patrulhas porque (…) as realizamos em parceria com as FDS, que reduziram as suas patrulhas”, explicou o general.
Os Estados Unidos mantêm cerca de 900 soldados no nordeste sírio, ao lado das FDS.