Forças israelitas e colonos judeus mataram 3 palestinianos na Cisjordânia
Três palestinianos foram hoje assassinados na Cisjordânia ocupada, dois homens por colonos judeus e uma mulher a tiro pelas forças israelitas, adiantaram fontes oficiais palestinianas, no sexto dia de guerra entre Israel e o movimento islamista Hamas.
“Randa Abdullah Abdul Aziz Ajaj, de 37 anos, foi morta por balas da ocupação [israelita] perto da cidade de Silwad”, no centro da Cisjordânia, referiu o Ministério da Saúde da Autoridade Nacional Palestiniana (PNA).
A mulher palestiniana morreu devido à gravidade dos ferimentos nas costas, sendo que o seu filho ficou ferido no braço e no ombro depois de ter sido atingido pelas forças israelitas no mesmo incidente, apontou a Wafa, a agência de notícias oficial palestina.
Já Ibrahim Ahmed Mahmud Wadi, de 62 anos, e o seu filho, Ahmed Ibrahim Ahmed Wadi, de 25 anos, foram “mortos a tiro por colonos em Qusra”, uma cidade a norte de Nablus onde, um dia antes, judeus radicais mataram quatro palestinianos, incluindo dois menores e feriram outros cinco, de acordo com o ministério da ANP.
Um grupo de judeus radicais “atacou o funeral das quatro pessoas assassinadas ontem na aldeia de Qusra, abrindo fogo contra os participantes e atacando a ambulância que transportava os mortos”, explicou Wafa, que citou fontes médicas.
A Cisjordânia ocupada registou hoje vários incidentes violentos, nos quais dezenas de palestinos ficaram feridos, incluindo uma mulher que foi baleada pelas forças israelitas perto da cidade de Silwad, enquanto outra mulher ficou ferida, assim como o seu filho pequeno, quando soldados quebraram a porta de uma escola primária em Ad Dhahiriya, a sul de Hebron, segundo a Wafa.
Além disso, as forças israelitas detiveram mais de 60 palestinianos em operações separadas.
Os colonos israelitas também atacaram uma escola na aldeia de Zanuta, juntamente com soldados israelitas, causando ferimentos a vários palestinianos, refere ainda a agência palestiniana.
Com os incidentes de hoje, 14 palestinianos foram já mortos por colonos na Cisjordânia desde janeiro, num ano caracterizado por confrontos cada vez mais violentos entre palestinianos e israelitas radicais, que se sentem fortalecidos pelas políticas de expansão colonial do governo de Benjamin Netanyahu.
Até agora, 31 palestinianos foram mortos na Cisjordânia e pelo menos 140 feridos desde que o Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel no sábado, que desencadeou uma guerra que já causou mais de 3.900 mortos no total.
O Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como “grupo terrorista” pela União Europeia (UE), Estados Unidos e Israel.
Para além desta guerra, a Cisjordânia ocupada e Israel estão a viver a maior espiral de violência desde a Segunda Intifada (2000-2005) e, até ao momento deste ano, 236 palestinianos já morreram no quadro do conflito israelo-palestiniano, a maioria milicianos em confrontos armados com tropas e agressores israelitas, mas também civis, incluindo 41 menores.
Em paralelo, a região tem assistido à proliferação de novos grupos armados palestinianos, que realizam cada vez mais ataques e causaram 32 mortos do lado israelita, a maioria deles colonos, cinco destes menores, e quatro das forças de segurança.