Israel. Parlamento aprova fundos controversos para judeus ultraortodoxos
O parlamento israelita concedeu dezenas de milhões de euros de financiamento suplementar a judeus ultraortodoxos, numa votação criticada pela oposição ao Governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, é hoje noticiado.
Esta extensão está incluída no projeto de lei das finanças para 2023 e 2024 aprovado pelos deputados e que prevê um orçamento de 484 mil milhões de shekels (120,5 mil milhões de euros) para este ano e de 514 mil milhões de shekels (128 mil milhões de euros) para o próximo, noticia a agência France-Presse (AFP).
Milhares de pessoas manifestaram-se na terça-feira contra a atribuição de fundos públicos adicionais aos judeus ultraortodoxos, acusando a coligação no poder de “saquear” o país.
No âmbito de um acordo com um dos partidos ultraortodoxos da coligação, Netanyahu anunciou, na véspera, que o Estado iria conceder um pacote de 250 milhões de shekels (62,5 milhões de euros) aos homens judeus ultraortodoxos casados que prossigam estudos religiosos, em vez de trabalharem, além dos subsídios que a comunidade já recebe.
A medida foi aprovada na noite de terça-feira, por 64 dos 120 deputados, correspondentes aos membros eleitos do ‘bloco de direita’ de Netanyahu.
Num vídeo hoje divulgado pelo seu gabinete, o chefe do Governo israelita saudou a votação que considerou “uma vitória da direita” e que dá “estabilidade económica e política durante quatro anos”.
“Continuaremos os nossos esforços para chegar a um acordo tão amplo quanto possível sobre a reforma judicial”, acrescentou Netanyahu, referindo-se ao projeto de reforma que desde janeiro tem provocado algumas divisões no país e que o Governo teve de suspender devido a um elevado movimento de protesto.