Joias sauditas? Bolsonaro garante que vão ser entregues à presidência
Jair Bolsonaro tem, assim, cinco dias para poder entregar esses bens na secretaria-geral da presidência da República brasileira.
Oantigo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, comprometeu-se a entregar à secretaria-geral da presidência do Brasil as joias de luxo que lhe foram oferecidas por parte do regime da Arábia Saudita, deu conta a defesa do ex-chefe de Estado.
“O pleno do Tribunal de Contas da União, por unanimidade, acolheu o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, no sentido de depositar os bens para a União. Em cumprimento da decisão, os bens serão encaminhados à secretaria-geral da presidência da República”, pode ler-se na nota da defesa de Bolsonaro, aqui citada pelo G1.
A decisão surge depois de, também esta quarta-feira, os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) terem determinado, por unanimidade, que o ex-chefe de Estado deveria devolver as joias de luxo que lhe foram oferecidas por Riade.
Jair Bolsonaro tem, assim, cinco dias para poder entregar esses bens na secretaria-geral da presidência da República.
A Polícia Federal abriu um inquérito para esclarecer “a entrada irregular” no país de várias joias que a Arábia Saudita deu, em 2021, ao ex-governante e à mulher, Michelle Bolsonaro, “avaliadas em três milhões de euros”.
O inquérito policial decorre “sob segredo de justiça”, “tem um prazo inicial de 30 dias, podendo ser prorrogado se necessário” e vai decorrer em paralelo com um outro aberto pelo Ministério da Fazenda brasileiro.
O caso foi avançado pelo jornal O Estado de São Paulo, com o diário a afirmar que o governo de Bolsonaro tentou introduzir as joias ilegalmente e que a Secretaria do Tesouro Nacional as apreendeu no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo.
Um primeiro pacote de joias foi encontrado na mochila de um assessor que fazia parte da comitiva do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, que representou Bolsonaro na viagem, e não as declarou devidamente.
Entre as joias apreendidas estava “um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes” da marca suíça Chopard.
Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde que deixou o poder, tentou várias vezes apoderar-se dos presentes antes do final do mandato, em 1 de janeiro, mas sem êxito, de acordo com o jornal.
Havia um segundo pacote de joias, composto, entre outras coisas, por um relógio, uma caneta e botões de punho que passaram pela alfândega sem serem declarados e, de acordo com o advogado de Bolsonaro, estão em poder do ex-presidente.
Na terça-feira, Bento Albuquerque declarou à Polícia Federal que as joias que recebeu e trouxe para Bolsonaro eram destinadas ao “Estado brasileiro” e não classificadas para “uso pessoal”, como afirmou a defesa do ex-governante.