Mais de 1.500 migrantes chegaram à costa italiana desde sábado
A chegada de embarcações à pequena ilha italiana de Lampedusa, a mais próxima do continente africano, é contínua, às vezes após serem intercetadas pela Guarda Costeira, embora em muitas ocasiões os migrantes cheguem diretamente às praias de Lampedusa.
Mais de 1.500 migrantes chegaram nas últimas horas à costa italiana, onde as forças de segurança resgataram cinco corpos, enquanto dois navios humanitários resgataram mais de 500 náufragos no Mediterrâneo, noticiou este domingo a agência EFE.
Segundo a mesma fonte, um barco de pesca à deriva com 674 pessoas foi resgatado no sábado a 124 milhas da Calábria, no sul de Itália, por um navio mercante, três barcos de patrulha da Guarda Costeira e uma unidade da Guarda das Finanças (polícia especial de Itália), que também encontraram cinco corpos a bordo da embarcação.
Os migrantes resgatados, muitos deles na água, foram transferidos num navio da guarda costeira para os portos da Calábria e da Sicília, após uma operação de salvamento em que também interveio um avião de patrulha marítima da Marinha, que fez o primeiro avistamento, e uma aeronave da Frontex.
A Guarda Costeira já havia resgatado outros migrantes que estavam em barcos com condições precárias de navegação.
Numa dessas operações, foi necessária a intervenção de um helicóptero da base aérea situada na Catania para realizar a evacuação médica de uma mulher.
Entretanto, cerca de 900 migrantes, na sua maioria afegãos, paquistaneses, sudaneses, etíopes, somalis, nigerianos, senegaleses e eritreus da Líbia, desembarcaram no sábado na ilha de Lampedusa (sul da Itália), cujo centro de acolhimento volta a estar sobrelotado com mais de 1.300 pessoas, quando a sua capacidade é para cerca de 350.
Paralelamente, o navio humanitário “Sea Watch3” resgatou 428 pessoas em quatro operações realizadas no sábado depois de ter sido alertado pela Alarm Phone, uma Organização Não-Governamental (ONG) que recebe ligações de migrantes que encontram problemas enquanto navegam no Mediterrâneo Central.
“O Sea Watch 3 tem agora 428 pessoas a bordo, resgatadas de quatro barcos sobrelotados”, revelou a ONG alemã Sea Watch International no Twitter.
Entretanto, o navio humanitário “Ocean Viking”, da ONG SOS Mediterránee, também realizou hoje trabalhos de resgate “ao avistar um barco sobrelotado em águas internacionais, vindo da Líbia, com 87 pessoas, incluindo 57 menores desacompanhados que foram resgatados. Nenhum deles tinha colete salva-vidas.
Na semana passada, a sobrelotação e o estado de abandono do centro da ilha de Lampedusa, com cerca de 2.000 pessoas e montanhas de lixo acumulado, levaram a Marinha italiana a enviar um navio para transferir cerca de 600 migrantes para outras cidades.
A chegada de embarcações à pequena ilha italiana, a mais próxima do continente africano, é contínua, às vezes após serem intercetadas pela Guarda Costeira, embora em muitas ocasiões os migrantes cheguem diretamente às praias de Lampedusa.
“Lampedusa está em emergência”, declarou hoje o líder da Liga de extrema-direita, Matteo Salvini, que aproveitou a situação naquele centro para fazer campanha já a pensar nas eleições antecipadas que foram convocadas em Itália, após a queda do Governo de Mário Draghi.
“Em 25 de setembro, os italianos poderão finalmente escolher a mudança: a segurança, a coragem e o controlo de fronteiras voltarão”, afirmou Matteo Salvini, que já foi ministro do Interior em 2018 e que aplicou uma política muito dura em relação à imigração.