Myanmar detém alegados traficantes ligados à morte de 13 rohingya
A polícia de Myanmar (antiga Birmânia) deteve 12 suspeitos de pertencerem a um grupo envolvido no tráfico de seres humanos e ligado à morte de 13 rohingya, disse a junta militar, no poder.
Numa rusga policial na cidade de Hlegu, perto da antiga capital Rangum, foram apreendidos cinco veículos e um petroleiro utilizado para o contrabando de migrantes, disseram os militares, na terça-feira, em comunicado.
Cerca de 20 rohingya, que estavam no local à espera de embarcarem numa próxima viagem, também foram levados pelas autoridades.
Um total de 255 rohingya, minoria muçulmana birmanesa que enfrenta uma discriminação generalizada no país, de maioria budista, foi traficado por este grupo, adiantou.
A junta não especificou o que aconteceu a essas pessoas, oriundas do estado ocidental de Rakhine.
A detenção dos suspeitos de contrabando está ligada à morte de 13 rohingya. Os corpos foram encontrados na berma de uma estrada perto de Hlegu em 05 de Dezembro, segundo fonte oficial.
Centenas de milhares rohingya fugiram a uma sangrenta repressão do exército birmanês, em 2017, para procurar refúgio no Bangladesh.
Um processo contra Myanmar, acusado de genocídio pela Gâmbia, está pendente na ONU.
Embora vivam no país há gerações, os rohingya ainda são vistos como intrusos, não tendo direito à cidadania ou aos mesmos direitos que outros habitantes.
Todos os anos, centenas de elementos desta minoria tentam fazer a perigosa viagem de barco para a Malásia ou a Indonésia.
No início de dezembro, a junta militar anunciou que tinha encontrado 70 rohingya escondidos num camião, que também transportava gengibre, a norte de Rangum, depois de o veículo ter mergulhado num canal à beira da estrada.