“Nenhum Estado se opõe”. UE equaciona sanções contra colonos na Cisjordânia
A União Europeia equaciona aplicar sanções a colonos israelitas que ocupem a Cisjordânia. O ministro João Gomes Cravinho afirmou, esta segunda-feira, em Bruxelas, que “nenhum Estado se opõe” à proposta.
AUnião Europeia equaciona aplicar sanções a colonos israelitas que ocupem a Cisjordânia. O ministro João Gomes Cravinho afirmou, esta segunda-feira, em Bruxelas, que “nenhum Estado se opõe” à proposta.
“A partir de agora vai começar o trabalho de delineação de um pacote de sanções sobre colonos na Cisjordânia, que aliás tem beneficiado, no mínimo, da complacência, se não mesmo de alguma conivência, por parte das Forças de Defesa Israelitas”, afirmou o ministro, sublinhando que, na reunião desta tarde, “nenhum Estado se opôs” ao tópico que foi “colocado de forma abstrata [e] genérica”.
Recordando que o governo já tinha anunciado que pretendia colocar o tema em cima da mesa, por isso a existência de colonatos na Cisjordânia “pôr em causa as próprias bases da solução de dois Estados”, Cravinho revelou que “foi o próprio Alto Representante Borrell que colocou logo de início a questão da necessidade de impormos sanções sobre colonos que estão a ocupar ilegalmente territórios na Cisjordânia”.
O ministro deu também conta de um “apoio unânime” para a União Europeia trabalhar num pacote de sanções contra o Hamas. “Houve uma discussão sobre o que isso significa, – o Hamas – significa apenas a ala militar, significa os 40 mil funcionários públicos que trabalham sob autoridade do Hamas, ou que têm trabalhado”, questionou João Gomes Cravinho, revelando que “o consenso foi que estamos a falar da capacidade militar do Hamas”.
Cessar-fogo
Os ministros dos negócios estrangeiros discutiram também a proposta de António Guterres que, nas Nações Unidas, defendeu o fim das hostilidades. O ministro não esconde a surpresa por a União Europeia “ter dificuldade” em apoiar uma proposta do Secretário-Geral da ONU. Mas, “a Alemanha hesitou”.
“A Alemanha considera que é preciso mais tempo para refletir, embora me pareça estranho que a União Europeia tenha alguma dificuldade em apoiar o secretário-geral das Nações Unidas, mas como nós funcionamos com a regra da unanimidade, faremos a nossa manifestação de apoio com muitos outros Estados da União Europeia”, disse Cravinho.
“Não deixa de me surpreender que tenha havido um país que achasse que ainda era preciso pensar mais, refletir mais, discutir mais sobre se devemos manifestar o nosso apoio ao secretário-geral das Nações Unidas”, frisou João Gomes Cravinho, acrescentando que “fica registado que 26 países não tiveram nenhuma dificuldade com essa proposta”.
Ucrânia
Os ministros dos Negócios Estrangeiros discutiram ainda as duas questões que estão por fechar relativamente à Ucrânia: aprovar um plano para iniciar as discussões sobre a adesão à União Europeia e aprovar o desembolso de 50 mil milhões de euros em ajuda a Kiev.
A preparar a discussão para a cimeira, que terá lugar no final desta semana, a 14 e 15 de dezembro, o ministro afirmou que “é sobretudo a Hungria” que mantém reservas sobre a proposta de apoio à Ucrânia.
Na sequência da conversa sobre a Hungria, João Gomes Cravinho disse ainda que a União Europeia tem o 12º pacote de sanções contra Moscovo numa fase adiantada. “Estamos quase lá e a minha expectativa é que se consiga chegar a um consenso já antes do Conselho Europeu”.
“O assunto não terá, – espero eu -, de ser levado aos chefes de Estado e de governo”, afirmou, convicto que também “em relação à facilidade [financeira] de apoiar a Ucrânia, aí creio que vai ocorrer”.