Nicarágua e Rússia assinam acordo sobre TIC
Os governos nicaraguense e russo assinaram um acordo sobre o uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC), com o objetivo de “prevenir, detetar e investigar” usos incorretos, informou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) centro-americano.
“Acomunicação bilateral e a troca de informação vai abrir espaço para favorecer a realização da institucionalidade, prevenir, detetar, investigar o uso incorreto, abusivo e criminoso das TIC, mantendo um ambiente seguro da infraestrutura”, disse o ministro nicaraguense, Denis Moncada, na cerimónia de assinatura.
O acordo foi assinado na sede do MNE, com as delegações dirigidas respetivamente por Moncada e pelo embaixador russo na Nicarágua, Alexander Khokholikov, segundo a informação oficial.
O ministro nicaraguense relacionou o acordo com a Lei Especial de Ciberdelitos, vigente desde finais de 2020, que estabelece penas de um a dez anos de prisão aos cidadãos autores de ataques informáticos que atinjam “a segurança do Estado”.
A assinatura do acordo sobre as TIC aconteceu um dia depois de os dois Estados terem assinado um acordo sobre a utilização de energia nuclear com fins pacíficos.
O presidente Daniel Ortega, que regressou à Presidência em 2007, depois de ter coordenado uma junta do governo de 1979 a 1985 e presidir pela primeira vez o país de 1985 a 1990, é o principal aliado do seu homólogo russo, Vladimir Putin, na América Central, que já qualificou a Nicarágua como um parceiro “muito importante” da Federação Russa na América Latina.
A Federação Russa é um antigo aliado da Nicarágua, que durante o primeiro governo sandinista (1979-1990) dotou de armamento soviético as Forças Armadas nicaraguenses.
A Nicarágua é um dos poucos Estados, com Venezuela e os pequenos insulares de Nauru e Tuvalu, que se juntaram à Federação Russa no reconhecimento das regiões separatistas georgianas da Abcásia e Ossétia do Sul e receberiam altos funcionários russos desde o início da invasão russa da Ucrânia.
Para mais, a Nicarágua, no final de 2020, estabeleceu um consulado na Crimeia anexada pelos russos.