Países do sudeste europeu apoiam plano de paz de Zelensky
“Reafirmamos o nosso apoio à fórmula de paz para a Ucrânia do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, como um quadro essencial para restaurar essa paz”, destacaram os líderes dos 13 países na declaração adotada , esta quarta-feira, numa cimeira na cidade croata de Dubrovnik.
Além disso, os chefes de Estado, de Governo ou ministros dos Negócios Estrangeiros da Eslovénia, Kosovo, Montenegro, Grécia, Bulgária, Albânia, Bósnia-Herzegovina, Macedónia do Norte, Sérvia, Moldova, Roménia e Turquia saudaram o “caminho irreversível da Ucrânia rumo à plena integração euro-atlântica, incluindo a adesão à NATO”.
O controlo total das suas fronteiras pela Ucrânia são condições inegociáveis para a restauração da paz, reafirmaram.
“A República Autónoma da Crimeia, a cidade de Sebastopol e as regiões de Donetsk, Kherson, Lugansk e Zaporíjia são partes integrantes da Ucrânia”, sublinharam, no documento conjunto.
Instaram ainda a comunidade internacional a intensificar o seu apoio à Ucrânia e a não prestar apoio material ou outro à guerra de agressão da Rússia, reiterando o seu compromisso de levar à justiça os responsáveis pelos crimes de guerra cometidos durante o conflito.
O texto destaca também a convicção de que “o caminho para uma paz abrangente, justa e duradoura para a Ucrânia só pode basear-se no direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas”.
Zelensky, que abordou na cimeira em Dubrovnik o seu “plano de vitória”, destacou que o seu principal objetivo “consiste em fortalecer o seu país politicamente e no campo de batalha”, mas admitiu que a concretização deste objetivo “depende inteiramente da vontade política” dos aliados.
O chefe de Estado ucraniano sublinhou ainda que pretende dar a conhecer o seu plano de paz aos aliados da Ucrânia num futuro próximo, depois de ter adiado a reunião na base alemã em Rammstein onde pretendia apresentá-lo este sábado.
“A Declaração de Dubrovnik resume a forte vontade política dos países desta parte da Europa, cada um à sua maneira, de apoiar firmemente a Ucrânia. Apoiamos também os esforços da fórmula de paz do Presidente Zelensky”, vincou o primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.