Putin pede levantamento das restrições à exportação de cereais russos
O Presidente russo, Vladimir Putin, pediu esta terça-feira o levantamento das restrições ocidentais aos cereais russos, como condição para que se obtenham progressos na exportação da produção agrícola ucraniana, atualmente bloqueada devido à invasão russa da Ucrânia.
“Vamos facilitar a exportação de cereais ucranianos, mas com base no levantamento de todas as restrições relacionadas às entregas aéreas para a exportação de cereais russos”, apontou o chefe de Estado russo em declarações após a reunião do chamado Grupo de Astana, que junta Rússia, Turquia e Irão, e que decorreu em Teerão.
Putin salientou que Moscovo concordou desde o início com os organismos internacionais neste ponto, mas que “ninguém assumiu a responsabilidade para finalizar”, incluindo “os parceiros norte-americanos”.
“As restrições às entregas de fertilizantes russos ao mercado mundial foram levantadas pelos norte-americanos, na prática. Se estes desejam sinceramente melhorar a situação nos mercados mundiais de alimentos, espero que o mesmo seja verdade para as exportações russas de cereais”, acrescentou.
No mesmo dia, Vladimir Putin assinalou o progresso nas negociações para a exportação dos cereais da Ucrânia através do mar Negro e agradeceu ao homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, pela sua mediação no processo.
As negociações — que envolvem Moscovo, Kiev, Ancara e a ONU — estão previstas decorrerem nos próximos dias, na Turquia, depois do início do processo de análise de uma saída para o problema, que começou em 13 de julho.
O Ministério da Defesa russo referiu na sexta-feira que um “documento final” estará pronto em breve para permitir a exportação de cereais da Ucrânia.
O acordo negociado pela ONU visa trazer pelo mar Negro cerca de 20 milhões de toneladas de cereais que se encontram bloqueados em silos ucranianos, por causa da ofensiva russa na Ucrânia.
O acordo também deve facilitar as exportações russas de cereais e fertilizantes, afetadas pelas sanções ocidentais que afetam a logística e as cadeias financeiras russas.
Os produtos agrícolas russos e ucranianos são essenciais para evitar que as crises alimentares se multipliquem no mundo.