Roma pondera introduzir bilhetes para visitar a famosa Fontana di Trevi

Cenário da cena mais famosa do filme “La Dolce Vita”, de Federico Fellini, quando a atriz Anita Ekberg dá um mergulho, a fonte do século XVIII está no topo da lista para muitos visitantes que exploram a Cidade Eterna.

“Pessoalmente, seria favorável à procura de uma nova forma de acesso, limitado e cronometrado, à Fontana di Trevi”, disse Alessandro Onorato, vereador responsável pelo turismo, ao jornal italiano “Corriere della Sera”. Seria “um sistema de reserva de bilhetes gratuito para os romanos e com um custo simbólico de um euro para os turistas”, disse, em citações confirmadas pela autarquia.

O objetivo não é angariar dinheiro, mas controlar as multidões, incluindo impedi-las de “comer gelado ou pizza num monumento que merece o devido respeito”, disse.

Como resultado da fama da fonte, as multidões na praça que rodeia a obra-prima barroca são muitas vezes tão intensas que é difícil vê-la bem.

Um porta-voz do município disse à AFP que a proposta do bilhete era apenas “uma ideia inicial” e que “ainda não há nada de concreto”. “É uma questão delicada e difícil, mas mais cedo ou mais tarde deve ser abordada”, disse. “O turismo em Roma, que regista números recorde, deverá tornar-se sustentável para a cidade e para o ambiente”.

O número de visitantes deverá aumentar ainda mais em 2025 para o Jubileu, um ano sagrado realizado pela Igreja Católica uma vez a cada 25 anos, sendo esperadas cerca de 30 milhões de pessoas em Roma e no Vaticano durante os 12 meses.

Veneza testou, no início deste ano, um bilhete de cinco euros para visitantes diurnos durante os períodos de pico, numa tentativa de incentivar as pessoas a visitarem em períodos menos movimentados.

O governo da primeira-ministra Giorgia Meloni está também a considerar aumentar o imposto turístico noturno, embora a proposta tenha despertado a ira entre os grupos industriais que alertam para o perigo de assustar as pessoas.

Além disso, as autoridades de Roma também gostariam de limitar a abertura de novas pensões ou casas de férias para reduzir a pressão sobre o centro histórico, mas não têm o poder. “Hoje podemos limitar o número de restaurantes ou de fast-food no centro histórico, mas não podemos impedir a abertura de instalações não hoteleiras”, afirmou.