Rússia intensifica ataques e proíbe ‘drones’ nas principais cidades
As medidas surgem no mesmo dia em que Moscovo acusou Kiev de estar por detrás de um ataque com ‘drones’ contra o Kremlin, com o objetivo de assassinar o Presidente russo, Vladimir Putin. As autoridades ucranianas já reportaram bombardeamentos russos na zona de Kherson.
ARússia intensificou esta quarta-feira os ataques no leste da Ucrânia e proibiu os voos de ‘drones’ em Moscovo e São Petersburgo, após acusar Kiev de ter realizado na terça-feira um ataque com aparelhos aéreos não tripulados contra o Kremlin.
As autoridades ucranianas ativaram os alarmes antiaéreos em Kiev e na região leste nesta quarta-feira, depois de ataques russos terem provocado 16 mortos e 22 feridos na zona de Kherson, segundo um novo balanço das autoridades locais.
“Ataque massivos contra civis na região de Kherson: o número de mortos subiu para 16 pessoas”, informou o gabinete do procurador regional, acrescentando a existência de 22 feridos, com diferente gravidade.
As autoridades ucranianas reportaram dois ataques a um supermercado e a uma estação de caminho-de-ferro na cidade de Kherson, perto da linha da frente, que terão provocado pelo menos quatro mortos e vários feridos.
Um outro bombardeamento matou três pessoas que trabalhavam nas reparações de uma fábrica na região.
Os bombardeamentos russos surgem no mesmo dia em que Moscovo acusou Kiev de estar por detrás de um ataque com ‘drones’ contra o Kremlin, com o objetivo de assassinar o Presidente russo, Vladimir Putin.
Em reação ao incidente, as autoridades russas proibiram o uso de aparelhos aéreos não tripulados em Moscovo e em São Petersburgo.
“Tomamos a decisão de proibir o uso de ‘drones’ em Moscovo a partir de hoje”, disse o presidente da câmara da capital russa, Serguei Sobyanin, na plataforma Telegram.
Sobyanin acrescentou que apenas os ‘drones’ que são usados para fins estatais poderão voar no espaço aéreo da capital.
O autarca insistiu que o lançamento não autorizado de ‘drones’ constitui um “crime e acarreta responsabilidades administrativas e criminais”.
Um porta-voz dos serviços de emergência de Moscovo disse à agência russa TASS que até agora foram recebidos cerca de 300 avisos diários de voos de ‘drones’ na capital.
Poucas horas após a proibição anunciada pela autarquia de Moscovo, as autoridades da segunda cidade russa, São Petersburgo, também decidiram proibir os voos de ‘drones’ pelo menos até ao dia 15 de maio.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
As informações fornecidas pelas partes sobre a situação nas frentes de batalha não podem ser confirmadas de forma imediata e independente.