Rússia “não sabe lutar, a única coisa que ainda pode fazer é aterrorizar”
O presidente ucraniano assinalou os nove meses desde o início da guerra no país. “A Rússia não encontrou uma forma de nos quebrar. E não vai encontrá-la”, destacou.
Opresidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou, esta quinta-feira, a Rússia de “não saber lutar” e de querer “aterrorizar” o povo ucraniano. No seu habitual discurso à nação, o chefe de Estado assinalou os nove meses da guerra, que teve início a 24 de fevereiro, e fez ainda um ponto de situação sobre os ataques russos às infraestruturas de energia.
“Eles não sabem como lutar. A única coisa que eles ainda podem fazer é aterrorizar. Ou terror energético, ou terror de artilharia, ou terror de mísseis – é tudo a que a Rússia se degradou sob os seus atuais líderes”, afirmou Zelensky.
Na ótica do presidente ucraniano, a Rússia não quer apenas que os ucranianos fiquem “sem luz e calor”, mas também que se isolem “uns dos outros”.
A restauração de energia continua a decorrer um pouco por toda a Ucrânia e há agora “problemas com a água em 15 regiões”, sendo Kyiv, Kirovohrad, Dnipropetrovsk, Lviv, Poltava e Kharkiv as mais afetadas.
“A situação com a eletricidade continua a ser difícil em quase todas as regiões. Mas mesmo assim, estamos a afastar-nos pouco a pouco do apagão – a cada hora restauramos a energia a novos e novos consumidores”, afirmou Zelensky, acrescentando que a restauração da energia é uma “tarefa de âmbito nacional”.
Sobre a situação atual do conflito, o chefe de Estado diz receber “quase todas as horas, relatórios de bombardeamentos dos ocupantes em Kherson e outras comunidades da região”. “Tal terror começou imediatamente após o exército russo ter sido forçado a fugir da região de Kherson. Esta é a vingança daqueles que perderam”, considerou.
E deixou um alerta: “Só a libertação da nossa terra e garantias de segurança fiáveis para a Ucrânia é que podem proteger o nosso povo de qualquer escalada russa”.
Zelensky saudou ainda a troca de 50 prisioneiros de guerra, dois oficiais e 48 soldados, que agora “finalmente, estarão em casa”, e garantiu que a Ucrânia fará “tudo o que for possível e impossível para recuperar todos os homens e mulheres ucranianos que ainda estão detidos pelos ocupantes”.
“Passámos nove meses de guerra em grande escala e a Rússia não encontrou uma forma de nos quebrar. E não vai encontrá-la. Temos de continuar a aguentar assim no futuro! Em unidade e ajudando-nos uns aos outros”, destacou.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e mais de dez mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.