Russo condenado a 12 anos e meio de prisão por “traição”
Um tribunal russo condenou hoje um homem a 12 anos e meio de prisão por “traição” por alegadamente ter fornecido à Ucrânia informações secretas sobre a infraestrutura de transporte da Rússia.
OServiço Federal de Segurança (FSB) indicou que o condenado é Viacheslav Mamukov, residente na cidade russa de Khabarovsk.
O homem é considerado culpado de traição, de acordo com o artigo 275 do Código Penal Russo.
O FSB disse que Mamukov “teve acesso a informações que correspondiam a segredos de Estado devido à natureza das suas atividades e manteve uma intenção mercenária ao contactar representantes dos serviços especiais ucranianos por conta própria através da Internet para os oferecer em troca de dinheiro”.
Assim, sublinhou que esta informação “poderia ser utilizada em detrimento da segurança da Rússia”, antes de acrescentar que os dados contêm “segredos de Estado e comerciais que afetam objetos de infraestruturas de transporte”, segunda a agência de notícias independente russa Interfax.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.