Síria. UE inaugura hospital com 400 camas na fronteira turca
A União Europeia (UE) inaugurou hoje um novo hospital com 400 camas, junto à fronteira entre a Turquia e a Síria, cenário de tensões renovadas entre o Exército turco e os combatentes curdos.
Oembaixador da UE, Nikolaus Meyer-Landrut, aproveitou uma fase mais calma para inaugurar o estabelecimento, o maior da província, localizado na cidade Kilis (sudeste), a cinco quilómetros em linha reta da fronteira.
“A Turquia acolhe a maior população de refugiados do mundo há mais de 10 anos [mais de quatro milhões de refugiados, incluindo 3,7 milhões de sírios] e Kilis é uma das províncias mais afetadas”, com 38% de sírios entre a sua população, lembrou Meyer-Landrut.
Este projeto, financiado na ordem dos 50 milhões de euros pela UE, é um dos maiores alguma vez implementados pelos 27 Estados-membros no país, que destinaram mais de 10 mil milhões de euros à Turquia desde 2014 em troca do acolhimento de refugiados, principalmente sírios.
O hospital vai servir para socorrer a província cuja população cresceu desde 2011 com a chegada de cerca de 90 mil refugiados sírios.
Ancara e Bruxelas tinham concluído um acordo em 2016, criticado pelos defensores dos direitos humanos, nos termos do qual a Turquia se comprometeu a lutar contra a passagem de migrantes para a Europa, em troca, nomeadamente, de ajuda financeira, desde que alocada a uma multiplicidade de projetos, entre os quais escolas e centros de saúde para refugiados.
No entanto, Meyer-Landrut absteve-se de comentar as recentes ameaças turcas de operações terrestres contra os combatentes curdos, do outro lado da fronteira de Kilis, afirmando apenas que “é necessária uma solução política” para pôr fim ao conflito na Síria e permitir o regresso dos refugiados.
Ancara acusou o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e os seus aliados das Unidades de Proteção do Povo (YPG) de realizar o ataque que matou seis pessoas e feriu outras 81 no centro de Istambul em 13 de novembro.