Sri Lanka: Tribunal proíbe saída dos irmãos do ex-Presidente Rajapaksa
O Supremo Tribunal do Sri Lanka emitiu hoje uma ordem que impede os irmãos dos ex-presidente Gotayaba Rajapaksa de saírem do país, incluindo o seu irmão mais velho e antigo presidente Mahinda Rajapaksa, cujo paradeiro não é conhecido.
Mahinda Rajapaksa, que foi também primeiro-ministro durante uma grane parte do governo liderado pelo irmão, o ex-ministro as Finanças Basil Rajapaksa e o ex-presidente do banco central Ajith Nivard Cabraal, estão proibidos de sair do Sri Lanka até 28 de julho, disse à EFE um colaborador próximo do presidente deposto.
A decisão do Supremo Tribunal surge depois de Gotayaba Rajapaksa ter conseguido deixar o Sri Lanka num voo militar, e responde ao pedido e várias organizações, incluindo a Transparência Internacional, para impeir que os irmãos Rajapaksa e alguns dos seus aliaos políticos deixem o país sem prestar contas sobre a gestão da crise económica que o Sri Lanka vive há já vários meses.
Basil Rajapaksa tentou, sem sucesso, deixar o país na terça-feira mas viu as autoridades aeroportuárias recusarem-se a prestar-lhe assistência na área privada do aeroporto de Colombo para embarcar.
Já o ex-presidente Gotabaya, usando ainda os seus poderes presidenciais conseguiu fugir do Sri Lanka na quarta-feira, acompanhado apenas pela mulher e dois guarda-costas com destino às Maldivas, de onde embarcou esta quinta-feira para Singapura.
Basil e Mahinda tinham sido obrigados a renunciar aos cargos em maio passado, na sequência os fortes protestos populares, que culpam os irmãos Rajapaksa pela grave crise económica que o país atravessa.
Os Rajapaksa chegaram a ocupar pelo menos quatro ministérios, a Presidência e o gabinete do primeiro-ministro.
A demissão de Mahinda foi marcada por violentos confrontos entre os apoiantes do governo e os opositores, que resultaram ma morte de oito manifestantes e em mais de 200 feridos.
A decisão o Supremo Tribunal coincide com o anúncio, pelo líder do parlamento do Sri Lanka, que o Presidente, Gotabaya Rajapaksa, apresentou oficialmente a sua demissão na quinta-feira e que o processo de substituição deverá estar concluído numa semana.
A oposição política e os manifestantes acusam Rajapaksa de desvio de fundos públicos durante vários anos e responsabilizam as medidas impostas pelo chefe de Estado que provocaram o colapso económico do país.
A família do presidente negou as alegações de corrupção, mas Rajapaksa reconheceu que algumas das políticas contribuíram para a crise que o país enfrenta.
Os vários meses de protestos atingiram o ponto mais alto no fim de semana passado, quando manifestantes ocuparam o palácio presidencial, bem como a residência oficial do primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe.