Turquia acusa Nancy Pelosi de sabotar esforços diplomáticos na Arménia
“Em nome do Congresso, condenamos firmemente os ataques mortais do Azerbaijão contra o território da Arménia”, tinha dito Pelosi numa conferência de imprensa com o presidente do Parlamento arménio, Alen Simonián, em Yerevan, onde chegou no sábado.
A visita de Pelosi à Arménia tem um grande significado para o pequeno país do Cáucaso, que denunciou esta semana a incursão de tropas do Azerbaijão no seu território e ataques contra infraestruturas civis.
Baku, por sua vez, atribui a uma “provocação em larga escala” de Yerevan os confrontos que eclodiram na fronteira entre os dois países, em 13 de setembro, e que provocaram a morte de mais de 210 militares de ambos os lados.
Na sua mensagem, Oktay exigiu que a Casa Branca “esclareça se as declarações de Pelosi sobre a questão de Karabakh, que são um óbvio aceno aos votos da diáspora arménia, refletem ou não a posição oficial dos Estados Unidos”.
A Turquia manifestou o seu apoio no conflito ao Azerbaijão, um seu aliado tradicional, e sublinhou que o seu próprio processo de reaproximação à Arménia, iniciado neste ano, só pode ser feito em sintonia com Baku.
A Arménia e o Azerbaijão travaram duas guerras, na década de 1990 e 2020, pela disputada região de Nagorno-Karabakh, um enclave do Azerbaijão habitado por arménios.
Pelosi disse estar “orgulhosa” de viajar para Yerevan, após o presidente dos EUA, Joe Biden, ter reconhecido formalmente o genocídio arménio no ano passado, algo que provocou tensões com Ancara, que nega que o Império Otomano tenha cometido esse genocídio na Primeira Guerra Mundial.
O ministério do Exterior arménio anunciou no Twitter que está prevista para hoje uma reunião trilateral em Nova Iorque, onde decorre a Assembleia Geral das Nações Unidas, entre o ministro do Exterior arménio, Ararat Mirzoyan, o seu homólogo Jeyhun Bayramov, e o norte-americano, Anthony Blinken.