Zelensky ameaça russos em Zaporíjia. “São alvos especiais”
Na sua mensagem noturna, Volodymyr Zelensky ameaçou as forças russas, apontando que “qualquer soldado russo que dispare, ou contra a planta, ou usando-a como escudo, tem de entender que se torna num alvo especial para os nossos agentes secretos, as nossas forças especiais e o nosso exército”
O líder ucraniano também reiterou a “necessidade” de “bloquear a indústria nuclear russa”, e considerou que os líderes russos que ordenarem ataques em torno da região de Zaporíjia devem ser julgados em tribunais internacionais.
“Todos os oficiais do estado terrorista, assim como aqueles que os ajudarem nesta operação de suborno com a central nuclear, devem ser julgados por um tribunal internacional”, disse Zelensky,
O presidente ucraniano nega, assim, alegados ataques ucranianos à central, denunciados pelas tropas russas que ocupam Zaporíjia.
A central nuclear é a maior da Europa, sendo responsável por 20% da energia utilizada na Ucrânia. As autoridades ucranianas na infraestrutura acusam os russos de tentar desviar energia nuclear para a Crimeia ocupada, mas alertam que a forte presença militar e as fracas condições de trabalho sob o domínio russo têm criado uma forte instabilidade numa central extremamente sensível.
Observadores internacionais, incluindo a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), têm feito várias comparações ao desastre nuclear de Chernobyl, o maior desastre do género de sempre, para alertar para a presença russa, e 42 Estados já pediram a desmilitarização da zona em torno de Zaporíjia.
A AIEA refere também que as mobilizações de tropas russas, incluindo a mobilização de artilharia pesada, pode ter danificado certas infraestruturas da central e aumentado o nível de poeira radioativa no ar.
A guerra na Ucrânia já fez mais de 5.500 mortos entre a população civil, segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a organização alerta que o real número de mortos civis poderá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar os mortos em regiões ocupadas e sitiadas pelos russos, como é o caso de Mariupol, onde se estima que tenham morrido milhares de pessoas.